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domingo, 1 de dezembro de 2013

Cheiro de mudanças no ar.


Tenho sempre a preocupação de trazer para este blog textos que reflitam diretamente na vida dos profissionais do mercado editorial, de uma maneira que minha perspectiva ofereça um insight diferente de outros amigos que estão sempre de olhos atentos a tudo que acontece no mundo dos livros.

Evidentemente tenho sempre o cuidado que não trazer a publico assuntos aos quais só tive conhecimento por desfrutar de uma relação cliente/consultor que deve sempre ser preservada.

Nestes dias me lembrei de um fato antigo que se relaciona muito bem com movimentações que estão acontecendo agora e que, em minha opinião, deverão ter impactos muito importantes no nosso mercado nos próximos anos.

Livros sem ISBN!


Quando da inauguração do Ática Shopping Cultural em 1997, empresa que foi comprada pela Fnac um ano depois, pelo menos 50% dos livros adquiridos pela livraria não dispunham de código de barras impresso no livro, o que obrigava a empresa a imprimir etiquetas com um código interno para que estes itens pudessem ser reconhecidos pelo sistema no ato da venda. Depois de adquirida pelo grupo francês, foi determinado que livros que não contivessem seu EAN gravado corretamente nos seus livros não seriam mais nem cadastrados, decisão acompanhada por outras grandes livrarias da época.
Esta determinação obrigou que aquilo que já deveria ser norma, fosse efetivamente implantado. Em alguns casos editoras tiveram que etiquetar seus estoques, em outros mais aberradores as editoras só etiquetavam os livros para as livrarias que faziam tal exigência, imagine o absurdo de fazer um estoque de etiquetas para colar nos livros no ato da venda, quando esta fosse destinada para os clientes X,Y e Z.
Hoje é impensável imaginar alguém que chegue ao balcão de uma livraria sem um livro com ISBN e EAN impresso na quarta de capa.

Por isso acredito que este momento marcou uma etapa importante no início da profissionalização do varejo de livros no Brasil, da mesma forma quando se iniciou o comércio de livros pelas lojas on-line, as editoras se viram diante da necessidade de normatizar seus cadastros de produtos para que as lojas PontoCom dispusessem de informações mínimas que permitissem que estes livros pudessem ser comercializados nas livrarias virtuais. Melhorou-se um pouco mais esta prestação de serviços, embora pudéssemos já estar muito melhor neste aspecto.

O que vem por ai


Visitando editoras e conversando com amigos do mercado, sabemos agora que atendendo uma solicitação da Amazon que prevê para breve o início de sua operação com livros impressos no Brasil,  finalmente as editoras estão preparando suas listas de produtos usando um padrão de classificação internacional que permita que seus títulos se enquadrem de uma forma  que todos possam falar a mesma língua quando estão classificando os assuntos de suas publicações. Espero que as editoras coloquem estes recursos em seus próprios sites e distribuam esta informação para as demais livrarias, que também deveriam adotar este padrão internacional.
Sabemos muito bem que as editoras só estão atendendo esta exigência, porque se trata de um grande comprador, que somente empresas com este poder de negociação conseguem mudar cenários desta forma, mas creio que a mudança mais importante irá acontecer quando as operações de fato começarem a ser realizadas.

Não é de hoje que reclamo do baixíssimo nível de serviços oferecidos pelas editoras de forma geral, que vão desde não entregar na data combinada como simplesmente não informar quando um livro teve sua edição alterada para outro ISBN.

Oportunidades desapercebidas 


A Amazon tanto é conhecida pela sua politica de descontos, como pela excelência em serviços. Não se consegue oferecer excelência sem exigir muito de toda a cadeia com a qual opera, portanto amigos fornecedores preparem-se para um nível de cobrança que nunca viram antes e quer saber, acho que isso vai ser muito bom para o mercado, pois obrigará editores e distribuidores à pensar de maneira mais  séria quanto às suas operações logísticas e quando se investe em logística não dá para fazer a mesma coisa que algumas editoras fizeram com as etiquetas de ISBN no passado, serviço bom para um, serviço meia boca para outros, porque uma operação para ser viável tem  que contemplar o todos e desta forma refletirá para outras livrarias beneficiando o mercado como um todo.

Eu costumo dizer que o maior desafio do pequeno livreiro não é brigar com os descontos dos grandes varejistas e sim superar a ineficiência da cadeia para poder atender bem o cliente que gosta de comprar na sua livraria. Eu poderia passar horas contando histórias de terror vividas por livreiros e distribuidores simplesmente porque não conseguem dizer aos seus clientes se ou quando os livros encomendados irão chegar, por absoluta falta de comprometimento dos donos destas obras em tratar de maneira adequada esta informação.

Informação é poder!


Outro ponto que considero que irá mudar de forma substancial o mercado, me atrevendo a dizer que em dois anos teremos uma grande transformação no mundo editorial brasileiro, é o inicio da operação do BookScan no Brasil.

Ok, eu sei que sou suspeito nesta argumentação, pois tive o prazer de fazer parte deste projeto deste as primeiras horas que a Nielsen decidiu trazer a pesquisa de mercado referencia no mundo inteiro para o Brasil. Mas todos que já tiveram a oportunidade de analisar as informações que o BookScan oferece, são unânimes em afirmar que a partir de agora tomaram decisões de forma mais assertiva do que jamais o fizeram antes.

Como tanto editoras quanto livrarias já estão fazendo uso dos dados fornecidos pelo Bookscan, poderemos ver em breve uma mudança sensível nas decisões diárias que livreiros e editores tomarão diariamente na condução de seus negócios.

Como podem ver, continuo um otimista com nosso mercado, espero que você também saiba analisar os riscos sem perder a chance de aproveitar as oportunidades que todas as mudanças trazem.

Daqui uns tempos iremos olhar para 2014 e dizer, nossa como pudemos viver sem isso antes?

  

4 comentários:

Marcos Both disse...

Olá Gerson, boa tarde.

Muito interessante a sua abordagem e acredito que o ramo editorial num todo deverá se adaptar a essa nova "onda" da informatização.

Represento a Dauertec Sistemas, que em parceria com a TCL, fornece ao catálogo sistemas de gestão específicos para o ramo editorial e livreiro, junto com um catálogo que traz informações atualizadas de lançamentos e preços de livros.

Essas ferramentas foram desenvolvidas baseadas nas necessidades do mercado e facilitam em muito o trabalho de quem atua nesses segmentos.

Aproveitamos para deixar a indicação dos sites e para mais informações em www.dauertec.com.br e www.catalogoeditorial.com.br.

Abraços,

Marcos Both

ganhar curtidas disse...

muito bom o post!!

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oque seu blog nos transmite é muito bom Parabéns

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adorei o post, muito bom !